Combinar cores é o centro de tudo para quem trabalha com cores. No fim das contas, mesmo em uma monocromia é preciso combinar diferentes tonalidades da mesma cor. Rara vez trabalhamos com uma única cor, uma paleta de cores terá 2, 3, 4, 5, 6... tonalidades juntas. Ao combinar cores a palavra da vez são os contrastes. E é disso que vamos falara hoje.
Aí é onde a teoria da cor entra! Você pode se beneficiar muito de ter um olhar treinado que sabe calibrar tonalidades até chegar na combinação de cores certas.
Caso você precise repassar rapidamente o conceito de temperatura de cor, dá uma olhada neste post que explica em forma fácil o que são cores frias e cores quentes no círculo cromático.
O contraste de temperatura, quando você usa uma cor quente junto com uma cor fria na mesma combinação, é um dos contrastes que você pode usar na hora de criar uma paleta de cores. Se você é habilidosa em calibrar as tonalidades para realizar este contraste vai ter uma paleta lindíssima e sutilmente surpreendente como resultado.
Aí está a questão: para contrastar tonalidades com diferentes temperaturas é preciso de sutileza e de prática.
Quando usamos cores complementares - em teoria - estaremos usando um contraste de temperatura porque de um lado de círculo temos cores frias e do outro lado temos cores quentes. Mas, ainda que isto seja verdade na teoria, não sempre esse contraste é percebido como tal.
Pela minha experiência você precisa buscar esse contraste para que ele aconteça. De que forma? Calibrando as tonalidades para combinar uma mais fria junto com uma mais quente.
Fiz algumas paletas de exemplo usando, como sempre, imagens da natureza que é onde acredito está a verdadeira beleza em cores.
As primeiras paletas são sempre combinando azul que é uma cor fria com uma cor quente. As duas primeiras são azuis mais "puros" em um caso combinado com amarelo e no outro caso combinado com vermelho sutilmente alaranjado.
Esta próxima terceira paleta combina um azul sutilmente violáceo com um laranja bastante puro. É aqui onde entra o que eu chamo de "sutileza" porque o azul violáceo é uma cor intermediária uma cor com curva, e como tal deixa esse contraste mais interessante.
Vale dizer que um azul violáceo me parece em comparação mais frio do que um azul esverdeado e isso é muito mais uma percepção pessoal minha do que outra coisa.
Nas duas últimas paletas quis mostrar uma possibilidade de criar um contraste sutil de temperatura usando cores que em princípio são quentes, como amarelo, vermelho e laranja.
A forma de fazer isso é buscar o subtom frio de algumas dessas cores. Nas duas paletas que apresento se trata de amarelo esverdeado, ou seja um amarelo mais frio, em contraste com um vermelho quase puro primeiro e um laranja amarelado claro depois.
Agora chegou a hora de treinar. Use materiais coloridos que tenha em casa, podem ser papéis coloridos, canetas coloridas, lápis de cor... o que você tiver na mão, para calibrar as tonalidades buscando sempre criar esse contraste de frio-quente ou quente-frio.
E lembra: este é um tipo de contraste que precisa de sutileza. E isso é uma ótima notícia porque o que diferencia um muito bom projeto de cores de um projeto de cores es-pe-ta-cu-lar é sempre uma sutileza.
Se te interessa ler mais sobre contrastes, te recomendo este outro post: Harmonia e contraste, são opostos? Boa leitura!
Espero te ver novamente na próxima semana para continuar ampliando o seu olhar do mundo colorido e destravando sua intuição colorida.
Abraço colorido!
Felicitas :)