As cores falam. Ás vezes elas falam alto. Outras baixinho como em sussurros. Ás vezes elas falam devagar e pausado. Outra vezes acaramelado. E há quem diz que elas falam grosso. Ás vezes elas falam entrecortado. Outras falam sem pausa nem intervalo rapidinho e sem respirar. A nós fica escutar.
Que as cores falam é um fato. O que eu gostaria de contar a vocês é como é essa língua das cores e dar um mini dicionário ilustrado com o qual poderão se virar nas mais diversas situações. Vamos começar pelo começo dizendo que a cor é um sensação visual, a sensação da luz. E isso que parece simples já diz muito porque entramos no mundo dos sentidos e das percepções. Ou seja, da forma em que conhecemos o mundo e nos relacionamos com ele.
Desde os primeiros homens e ao longo da humanidade, até os dias de hoje, aprendemos a importância das cores na nossa vida seja com fins decorativos, simbólicos ou funcionais. Isso virou matéria de estudo quando em 1810 Goethe escreveu que as cores "podem ser utilizadas para certos fins sensíveis, morais e estéticos" no livro "A Doutrina das cores".
De lá para cá não temos dúvidas do poder das cores na comunicação visual. Basta googlear "Psicologia das Cores" e teremos infinitos recursos a nossa disposição que abordam a forma em que as cores comunicam e como podemos usá-las no marketing, no desenvolvimento de produtos, na nossa imagem pessoal. Os usos são infinitos. Tanto quanto os artigos de qualidade que falam sobre isso. Por isso o foco deste artigo é sobre aprender a ouvir as cores, não somente vê-las, mas ouví-las. Porque como disse antes, elas falam. Sim, falam.
Vou explicar a distinção entre ver cores e escutar cores. Dessa forma vamos decifrando a língua das cores. Quando vemos uma cor, o primeiro que vemos é o matiz. Vemos se ele é amarelo, verde, azul, marrom, branco, preto, vermelho, violeta, laranja, cinza. Esse é o matiz, também chamado de família de cor. O matiz é fundamental porque traz o conteúdo psicológico da cor. De fato, todos os artigos que abordam a questão da psicologia das cores o fazem em função do matiz. Assim dizemos que vermelho é a cor da paixão, amarelo é a cor da alegria, verde é a cor da natureza... e assim vai.
O importante é que o matiz acaba sendo a ponta de um iceberg. E aí é onde vemos a importância de não somente ver mas escutar as cores. Quando vamos a escutar qualquer coisa, o volume é fundamental. Há sons altos e outros baixos. Há sons agudos e sons graves. E com as cores é igual. Mas, muito melhor do que falar... é escutar. Escute por você mesmo como estas cores falam.
Veja se consegue diferenciar quais falam mais alto e quais falam mais baixo.
E agora, consegue diferenciar quais falam mais agudo e quais falam mais grave?
E ainda consegue diferenciar quais falam mais pausado e quais falam mais rápido?
Vc viu? Eu nem precisei explicar, porque só pelo fato de ter parado para escutar, você já entendeu tudo, não foi?
Caso fiquem dúvidas :) aí vai um pequeno guia - o mini dicionário ilustrado do qual falei lá no começo do post - que ajudará a você também falar a língua das cores. E antes de que você ouse pensar que pode ser difícil, essa língua se limita a poder diferenciar entre cores cálidas e cores frias; cores claras e escuras; cores vibrantes e cores apagadas. Aperta play!
- As cores cálidas típicas são vermelho, laranja e amarelo. Elas remetem ao sol, ao fogo e ao calor e têm a habilidade de trazer força, calor e personalidade a qualquer composição colorida. São cores que - em linhas gerais - falam mais rápido e mais alto. Mas isso pode variar de acordo a que se são também cores claras, ou cores escuras, ou cores vibrantes ou cores apagadas.
- As cores frias típicas são verde, azul e violeta. Nos fazem lembrar da água e do céu, e normalmente provocam calma e relaxamento. Podem também ser sinal de frieza, distância e formalidade, muito dependendo da tonalidades. São cores que - em linhas gerais - falam mais devagar e mais baixo. Mas, de novo, isso pode variar de acordo a que se são também cores claras, ou cores escuras, ou cores vibrantes ou cores apagadas.
- Cores claras são todas as que trazem branco na sua mistura; elas passam sensação de descanso, quietude, inocência e/ou relaxamento. São cores que falam mais baixo, podem falar mais ou menos em sussurro, mas sempre com calma e devagar, em forma pausada.
- Cores escuras são as que trazem preto na sua mistura. Essas tonalidades transmitem seriedade, sofisticação, maturidade e/ou dramaticidade. São cores que também falam mais baixo mas ao mesmo tempo são cores mais graves. Há uma densidade maior nestas cores que podem fazer que a conversa fique mais lenta e pesada.
- Cores vibrantes são todas aquelas que mais se aproximam da versão “pura” da cor, são muito vistosas e atraem muito o nosso olhar, chamam muito a nossa atenção. Estas tonalidades inspiram excitação, alegria, movimento, ação e/ou dinamismo. Sempre falam mais alto e também um tanto agudo, falam em ritmos mais rápidos e intensos.
- Cores apagadas têm o cinza na sua mistura. São cores de alguma forma similares às cores claras, mas dependendo de quão “sujas” elas sejam, podem parecer sérias, sem vida ou antigas. São também cores que falam mais baixo, talvez mais silenciosas do que as próprias cores claras. Elas têm uma cadência mais lenta, pode até chegar a ser entrecortada.
E uma última dica muito, mas muito importante: lembra que as cores são relativas e é na comparação que as características das cores se revelam. Assim uma cor que fala baixo do lado de outra pode falar mais alto se comparada com uma terceira. ok?
Agora que já conhece o básico da língua das cores, aperta play e saí por ai escutando cores. E se dá vontade, cria a tua própria sinfonia :) Lembra que na grande maioria das vezes, a escolha da cor depende mais da tonalidade do que da cor em si. Ou seja, muitas vezes é mais importante escutar do que somente ver cores. Pensa nisso.
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Ah! e um outro post muito legal para complementar com este é "Como ver cores na prática" clica aqui para ler esse outro aqui no blog.
Nos vemos daqui 7 dias!
Abraço colorido!
Felicitas