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COMBINAR CORES, SONHO OU PESADELO?

Ao longo dos anos há uma pergunta que sempre está no primeiro lugar das dúvidas de cores e ela é: como combinar cores? A segunda pergunta que mais recebo é: como usar muitas cores juntas em forma harmoniosa? Passam os anos e essas perguntas se repetem. Pois então, se combinar cores com harmonia "é o tema". O que é mesmo combinar? E o que é mesmo harmonia? Responder essas duas perguntas deveria ser o ponto de partida, certo?

Quando pensamos em combinar cores temos em mente usar cores em conjunto, cores que se correspondem uma com outras, cores que "se dão bem". O que me leva a me perguntar: o que acontece quando usamos o contraste como a principal ferramenta para combinar? Porque você sabe contrastar e combinar são palavras que indicam exatamente o contrário. Talvez deveríamos falar da importância de combinar e descombinar cores como o caminho para chegar até uma composição colorida?

A outra questão que ronda a minha cabeça é: harmonia é um conceito universal? Ou seja, o que é harmonioso para mim é também harmonioso para você? E se harmonia for mesmo algo universal quer dizer também que pode ser obtida em forma sistemática com uma "fórmula"? Ay, ay, ay... isto de combinar cores em forma harmoniosa está ficando mais difícil do que imaginava. Vou tentar esclarecer alguns pontos para poder avançar.

Sobre o combinar e o descombinar vale dizer que os dois caminhos são válidos. Na hora de criar composições coloridas você pode optar por usar cores e tonalidades semelhantes, ou seja, que combinam. Ou também pode optar por usar cores e tonalidades bem distintas, aquelas onde o contraste manda, ou poderíamos dizer cores que descombinam ou não combinam. Vamos aos exemplos:


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Quando estamos usando uma monocromia ou cores análogas, aquelas cores vizinhas no círculo cromático, é mais fácil fazer com que elas combinem porque a proximidade entre as cores (entre os matizes) deixa a tarefa mais simples. Há uma dominância de matiz no caso da monocromia, ou quase dominância de matiz no caso das cores análogas que unifica a composição e portanto aparece mais "harmoniosa" ao nossos olhos.

Essa "unificação" fica ainda mais potente se além de ser cores que compartilham o matiz são cores igualmente luminosas, ou igualmente escuras, ou igualmente vibrantes, ou igualmente apagadas. Todos os pores de sol são incrivelmente harmoniosos porque as cores se relacionam em um gradiente, há uma continuidade. E mais, o fato da previsibilidade, ou seja saber que os dias podem mudar mas o pôr do sol seguirá sempre os mesmos passos, nos dá "ordem" e a ordem é um dos sinais da harmonia.



Agora vamos à analisar a segunda possibilidade: quando você usa cores contrastantes, aquelas que estão longe umas das outras no círculo cromático, aquelas que a simples vista não combinam... como fazer para que fique harmonioso? Há alguns caminhos:


1. Estabelecer um ponto de "unificação" para todas as cores que pode ser de luminosidade ou saturação (já que de matiz já sabemos não será). Ou seja, são cores muito diferentes mas todas igualmente claras, ou todas igualmente escuras, ou todas igualmente vibrantes, ou todas igualmente apagadas. Ao fazer isto estamos "organizando" o desordem. Deu para entender?



2. Estabelecer qual é o grau de contraste que é bem vindo na composição. Ou seja, é bom "organizar" o desordem mas se passamos do ponto ficará chato demais de tão organizado. E se ficamos curtos pode ser que ainda esteja "over" e portanto não passe essa ideia de harmonia tão desejada.


O que me leva ao ponto mais importante de tudo isto que estou te contando hoje: as cores e suas combinações não são um fim em si mesmas, pelo contrário são meios para comunicar ou expressar algo. A cor não tem valor em si mesma mas como veículo para conhecer o mundo, para aprender, para rir, para descansar, para vender, para sonhar.

Em última instância depende do autor da composição colorida escolher as cores e combinações que melhor sirvam para sua arte, para seu produto, para sua roupa, para seu estilo de acordo com a sua mensagem, de acordo com o que deseja comunicar.


Aqui vale a pena parar um instante para lembrar que sempre quando estamos usando cor em uma atividade criativa, a sensibilidade individual do autor se faz presente. Não se trata de uma ciência exata. Nunca perca isso de vista porque somente assim você se sentirá à vontade de dar voz a sua intuição colorida.

Portanto, combinar cores é um sonho ou um pesadelo? E eu acho que tem potencial de ser as duas coisas. Se você está disposta a abrir o seu olhar, descobrir as cores ao seu redor, mexer nas cores com cuidado, despertar sua intuição colorida... será um sonho, um sonho prolífero no qual há milhões de combinações possíveis. Mas se você estiver buscando a fórmula, o caminho curto, sem prática e treino... será um pesadelo!

Antes de combinar cores é importante aprender a ver cores. Sim, ver as cores ao seu redor, o tempo todo e em todo lugar. E se me permite, reforça o teu olhar para as cores na natureza porque é ela a mestre número 1 na arte de combinar cores. Mesmo, confia em mim. quando a natureza é caótica, ela é bela, não tem erro.


Nos vemos logo mais, na próxima semana estou por aqui de volta.

Abraço colorido!

Felicitas



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Felicitas Piñeiro. Diretora Criativa e fundadora.

Especialista em cores e designer de Interiores.

Não existe emoção sem cor. 
felicitas@coreslovers.com
São Paulo - Brasil

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