A primeira vez que senti medo de usar cores foi depois de errar feio na casa de uma cliente. Até então, eu me guiava 90% pela intuição e 10% pelo que tinha aprendido em um ótimo curso de cores. Mas esse erro me fez enxergar algo que eu não queria admitir: eu não estava pronta para lidar com a cor, um elemento tão sensível. No fundo, eu não sabia o que estava fazendo.
Hoje, sou color designer. Já se passaram 10 anos desde aquele erro, e o que mais ganhei nesse tempo foi confiança. Claro, também aprendi muito, mas a confiança que sinto ao trabalhar com cores é minha maior conquista.
Nesses 10 anos, o medo ainda apareceu algumas vezes, principalmente nos meus clientes, que ficavam inseguros em apostar nas cores. Afinal, usar cores em interiores é um investimento e envolve escolhas feitas para durar.
Todos esses encontros com o medo me fizeram refletir bastante sobre de onde ele vem e como podemos superá-lo. Hoje, eu entendo que quando um profissional ou cliente diz "ter medo de usar cores", na verdade, não é da cor em si que eles têm medo. O que está por trás é algum destes outros três tipos de medo:
medo de tomar uma decisão por falta de confiança.
medo à mudança e se arrepender depois.
medo da opinião alheia sobre nossas escolhas coloridas.
Vamos analisar esses medos sob a ótica do profissional e do cliente:
1. Quando um profissional diz que tem medo de usar cores, o que ela realmente sente é falta de confiança, e isso geralmente vem da falta de conhecimento ou de prática. O antídoto para se libertar desse medo tem 2 momentos:
Primeiro, é preciso ter aquele "momento de verdade", no qual o profissional aceita que ainda tem muito a aprender e que precisa estudar. Só então, com essa aceitação, é possível começar uma jornada de conhecimento com o coração aberto.
E aqui quero falar de mulher criativa para mulher criativa: não há problema algum em admitir que precisamos aprender mais. Percebo que, talvez pela pressão de termos uma vida profissional exposta nas redes sociais, muitas sentem a necessidade de se posicionar como "100% formadas". Mas essa é uma visão limitada. Estamos sempre em constante evolução, e o que realmente importa é a jornada, o caminho que percorremos.
O segundo momento é quando de fato começamos a estudar, pesquisar, ouvir diferentes vozes e, entre elas – o mais importante em uma atividade criativa – a nossa própria voz.
No caso de um cliente, quando ele diz ter ter medo de usar cores, ele acaba sendo mais sincero. Indiretamente, ele reconhece que não entende o suficiente sobre o assunto, e isso acaba sendo o ponto de partida para contratar alguém, como você por exemplo, para ajudar.
2. Quando uma profissional ou cliente diz que tem medo de usar cores, o que ela realmente teme é a mudança e o possível arrependimento depois. Esse medo é totalmente compreensível, afinal, a cor tem um poder transformador.
O antídoto para se libertar desse medo, no caso de uma profissional, é o treino e a prática. Já para uma cliente, é ter uma profissional ao lado que entenda a importância de acompanhá-la durante todo o processo, sem deixá-la sozinha no meio da mudança.
3. Quando uma profissional ou cliente diz que tem medo de usar cores, o que ela realmente teme é da opinião alheia sobre suas escolhas de cores. Nesse caso, o verdadeiro receio é sair do óbvio, fazer algo diferente e trabalhar com identidade.
Para a profissional, isso se traduz em pensamentos como: "Preciso fazer igual aos profissionais de sucesso no meu segmento" ou "Se fulano faz assim e está indo bem, então é porque essa é a fórmula certa". Para a cliente, o pensamento é parecido: "Preciso usar/vestir essa cor para ser aceita".
O antídoto para se libertar desse medo é o autoconhecimento. Quanto mais nos conhecemos, mais confiança temos para criar algo autêntico, tanto como profissionais quanto como clientes.
Sempre lembra que: se fazemos igual a todo mundo, não nos destacamos, e aí ninguém questiona nossas escolhas porque é apenas mais do mesmo.
A pergunta seguinte é: como nos libertar de um ou de todos esses medos?
Se o seu medo vem da falta de conhecimento, o que você precisa é estudar.
Se o seu medo é falta de prática, o caminho é treinar e desenvolver a habilidade.
Se o seu medo está ligado à falta de autoconhecimento, o que você precisa é embarcar em uma jornada de autodescoberta.
Agora já sabe, identifique o seu medo e busque pelo antídodo indicado. Você pode fazer isso sozinha ou ter o auxílio e expertise de quem já passou por isso :)
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Nos vemos daqui 7 dias!
Abraço colorido,
Felicitas
Imagem de capa Jason Den Unsplash