Usar cores com liberdade é o meu maior objetivo. Para mim e para todas as pessoas que de uma forma ou outra entram em contato com Cores Lovers. Eu optei por levantar a bandeira de "Usar cor sem medo" porque no fim das contas acredito que o primeiro que evidenciamos quando se trata de usar cores é o temor, é o medo mesmo... de fazer errado, de exagerar, de cansar, de gastar dinheiro à toa, de que mais alguém não goste, de não parecer antenado ou não estar na moda ou parecer brega, de passar a mensagem errada... tudo isso é o que venho escutando dos mais de 100 alunos que já passaram pelos cursos de Cores Lovers. Vamos falar sobre medo e sobre liberdade?
Estes dias estava no Instagram e apareceu uma publicação da querida Ju de Mari do Prosa Coaching e ela diz assim "O medo é uma emoção que pede atenção às sutilezas do que está acontecendo - dentro e fora de você! A falta de medo, entre outras coisas, faz a gente se apoiar mais na sorte do que deveria e isso pode nos expor a riscos desnecessários. Já o medo em excesso paralisa, faz a gente se esquivar, se isolar, se desvalorizar. O medo bem sentido e bem usado é aquele que faz a gente buscar a clareza possível numa determinada situação para entender como lidar com o desconhecido de um modo mais sabido: para preservar o que é importante pra gente! Tem algo sobre proteção à nossa integridade nessa emoção, sabe?"
Amei o texto e fez todo sentido. Se você leu o meu post anterior (este aqui) nele relato o maior erro que já cometi na hora de usar cores em um projeto de cliente. Um horror total. Olhando para esse acontecimento em retrospectiva posso ver claramente como eu não sentia medo antes e agi totalmente apoiada na minha intuição. Aí fiz o erro terrível de deixar a sala da cliente parecendo uma grande nuvem fofa azul céu (em lugar de pintá-la com um branco acinzentado) e claro que fiquei com medo de passar de novo por algo tão horrível. Assim vi que precisava estudar mais, entender melhor como a cor funciona e encarar a questão da cor não somente com o coração mas também com uma base de conhecimento sólida que me desse confiança.
Esse foi um dos impulsionadores que me trouxeram aqui hoje, a este exato momento no qual euzinha estou falando sobre usar cores com liberdade e sem medo. Tenho estudado e me formado em cores desde então, ao tempo que continuo realizando projetos de interiores, usando cores e me colocando em situações nas quais eu preciso testar tudo que sei junto com minha sensibilidade natural com as cores. Porque preciso reforçar que ainda acredito que a intuição, o coração ao serviço do uso das cores, sempre será fundamental. Não se trata somente de estudar, mas de aliar coração e mente de tal forma que cada um de nos cria sua marca no mundo das cores. Se você quer ler mais sobre intuição no uso das cores, visita este outro post no qual falo somente sobre isso :)
Agora vamos falar de liberdade que tem a ver com agir com independência, com autonomia e autodeterminação. Eu entendo a liberdade em usar cores como um exercício de reconexão com o nosso interior. O melhor caminho para usar cores com liberdade é o caminho do autoconhecimento, ou seja entender como é sua relação com as cores. Um bom começo pode ser, saber claramente quais cores gosta (e por que) e quais cores disgosta (e por que). Isso talvez pareça muito básico mas não é. Pela minha experiência com vários alunos, estamos tão absortos em um mundo colorido cheio de referências externas que não é obvio saber do que gostamos e não gostamos. Se você quer ler mais sobre autoconhecimento, visita este outro post no qual falo somente sobre isso :)
Depois acredito que a liberdade no uso das cores vem pela reconexão com as cores da natureza e suas sutilezas. Como eu sempre digo, é preciso RE-aprender a ver cores. Enxergar a enorme riqueza de tonalidades ao nosso redor, as sutilezas nas cores e nas suas variações de tonalidades, ver que há muitas (mas muitas!) mais tonalidades do que as 12 cores que aparecem no círculo cromático que é somente uma representação gráfica com fins educativos. Se você quer ler mais sobre autoconhecimento, visita este outro post no qual falo somente sobre isso :)
E por último a liberdade também vem com a prática. É preciso treinar. Não adianta querer ser bom em algo como por passe de mágica. Sim, é preciso fazer e refazer. Uma, duas, três... quantas vezes seja necessário até nos sentiremos à vontade. Por isso vou te dar a dica de criar um Color Book, ou seja um caderno de referência de cores onde você pode treinar seu olhar para as cores, experimentar, criar paletas de cores e ir formando um inventário de cores e paletas para usar depois quando precisar. Veja os materiais necessários:
caderno, tesoura e cola.
recortes de revistas, papéis coloridos, fitas, tintas, aquarela (e outros materiais coloridos que você julgar bons)
Vou te dar três sugestões de como usar o teu Color Book:
1. Criar paletas de cores a partir de fotos: você pode recortar fotos que chamam tua atenção e depois criar uma paleta de cores a partir do que essa foto te inspira. É isso que eu fiz em todos estes exemplos. As paletas de cores são resultado de me conectar com o que a foto está me transmitindo e pego essas sensações e busco as cores que dão liga com essas sensações. É um exercício de muita criatividade e total conexão com as cores que você carrega no seu interior.
2. Criar paletas de cores usando fotos, recortes, papéis, fitas, tecidos e outros materiais coloridos: você pode usar diferentes materiais coloridos para combinar e montar seus esquemas de cores. Diferente de na proposta anterior as cores da tua paleta estão nos materiais coloridos. É um exercício de observação e de criar contrastes nas proporções que para você fazem sentido. Este tipo de esquema de cores também pode ser feito em forma digital, ou seja em lugar de ter um Color Book você terá uma pasta no teu computador com as tuas referências digitalizadas. Veja que lindos estes exemplos que achei no Pinterest. Muito simples de fazer e passam uma súper ideia conceitual da paleta ou esquema de cores.
3. Criar um inventário de cores: você pode recortar materiais coloridos e colar em uma das páginas do teu caderno, em um mix único e muito singular. Esses materiais podem criar uma paleta de cores ou tão somente você pode explorar uma mesma cor em diferentes tonalidades. Veja este exemplo que eu vi no Pinterest. Eu nunca fiz um Color Book desta forma por isso estou usando esta referência. Me parece que é uma boa forma de treinar o olhar e começar a ver possibilidades de cores em distintos materiais de uma forma muito criativa.
Agora vem a parte mais divertida: se exercitar! Treinar! E andar o caminho de usar cores com liberdade. Estas sugestões de exercícios práticos e a criação de um Color Book fazem parte dos exercícios práticos no curso online Jornada da Cor. Acredito que a verdadeira forma de aprender é fazendo. Há um poder muito grande em sair das teorias e ir para a prática, tudo a ver com usar cores com liberdade :)
Abraço colorido! Nos vemos na próxima semana.
Felicitas :)